segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Aquele da escolha

Ela acompanhava Maria desde seus 15 anos de idade, chegou junto com o seu primeiro namorado. Maria tinha decido que se tornaria moça, quando o príncipe encantado chegasse. E assim foi. Ela a acompanhou, ficou ao lado de Maria e desde então, cresceram juntas. Ora Maria a coloria de rosa, ora de vermelho, ora de renda ... o humor guiava sua escolha das cores.
Maria tinha um desejo secreto e pequenininho, que começou a engordar quando Maria estava com o dobro da idade que tinha quando se tornara moça, a tal da vontade esticou, cresceu para os lados e não coube mais no peito, no pensamento e na casa de Maria ( que teve que sair correndo e abrir todas as janelas e portas pra vontade poder sossegar ). E o desejo secreto e pequenininho de Maria, se tornou o dono da vez em sua vida. Deu na telha de Maria aprender acordeón.
Na sua primeira aula, ele não foi muito gentil com Maria e se fez pesado, cheio de não me toque, não quis saber de conversa boa, falou desafinado toda a vida com Maria. Ele estava desconfiado. Maria não desistiu. Tentou puxar papo. Tentou fazer carinho nas suas teclas e botõezinhos, tentou um belo passeio com o fole, mas ele não queria passear e respondeu assim: iiiiiiiiieeeeeeeeeeeeeouuuuuuuuuuuuuukksiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiikshuwtuopppffrwwww
Maria entristeceu e foi pra casa, sem entender o por quê do acordéon não gostar dela.
( Logo agora, que sua vontade decidiu sair e acontecer, ela foi recebida desse jeito, era só o que faltava ... )
Mas, Maria voltou decidida e perguntou: O que eu te fiz ? Queria tanto que a gente se entendesse !!!
Foi aí, que ele revelou que o problema não era Maria, mas as unhas compridas dela, que estavam o machucando e fazendo com que duas notas que não podiam ser tocadas juntas, tocassem.
Maria teve que tomar a maior decisão de sua vida.
Ou abondonar ela, que a acompanhava durante todos esses anos ou esconder, esmagar e acabar com sua vontade do peito, pensamento e colocar tudo lá dentro de novo.
Maria obedeceu sua vontade e com lágrimas nos olhos cortou uma por uma das suas 10 unhas das mãos.
E assim, Maria e o acordeón começaram a se entender e falar a mesma língua.

R!