quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Aquele de fazer sozinha

São vinte e cinco mais vinte mais quinze até chegar lá, começa as oito e meia mais dez, umas oito e quarenta, se eu sair agora vejo desde o comecinho.
Com essa chuva? É muito perigoso para uma menina ir sozinha a essa hora, se ao menos você me deixasse ir ...
De jeito nenhum, já falamos sobre isso, dá o maior az... falta de sorte, eu que não vou ficar carregando você do meu lado, não faz o menor sentido e nunca, veja bem o que eu estou lhe dizendo, nunca, eu repito, nunca em toda a minha vida, irei a um jogo com você, ouviu bem? Nunca! Nunquinha!
Não entendo essa sua necessidade de querer fazer essas coisas sozinha?
E eu não entendo a sua, em querer me acompanhar.
Mas, depois te encontro?
Eu vou pra Lapa, desde quando você gosta de lá? Aliás, nem beber tu bebe, vai fazer o quê por lá, pode me dizer?
É que é perigoso pra uma menina ficar circulando de madrug ..
Ei ei ei ouuuuu !!!!!!! Perigoso? circulando? madrugada? Sempre fui assim e continuarei sendo, que mania é essa que inventaram? Tudo tem que ser feito em par?
E amanhã, vamos ao cinema?
Você bem sabe, eu odeio filme de luta, explosão, barulho ... vai ver os seus que eu vejo os meus.
Cinema é lugar pra namorar, não pra ir sozinho.
Cinema é lugar pra viajar, esquecer do mundo lá fora, entrar em contato com você mesmo.
Como pode se defender tanto?
Como pode ser tão chato!
Mas, tem certas coisas que você não gosta de fazer sozinha, eu sei ... pra isso, você tem que contar comigo.
Contar com você? Contava, agora estou realmente me divertindo demais sozinha.
Você anda muito estranha de uns tempos pra cá.
Eu ando muito bem de uns tempos pra cá.
Egoísta!
Independente vai!
Louca!
Feliz vai!
Cínica!
Hahahahahahahaha!
Solta!
Hahahahahahahaha, vai, me xinga mais! Te faz bem?
Debochada!
Pára.
Dissimulada!
Chega!
Não chora não ...
Sái daqui.
Quer colinho?
Vai pro inferno!
Vem cá vem, não foge não, volta aqui menina, eu não ... ai ai ... tenho mais ... ai ai ... fôlego pra correr ... ai ai ... atrás de você, não faz ... ai ai ... isso não ... sua maluca.

R!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Aquele que se apresentou

Ela estava achando que estava resolvida e por achar tanto, se perdeu.

Ele apareceu devagarinho, abriu a janela do quarto e entrou sem pedir licença.
Ela se assustou, mas sabia que um dia ele acabaria aparecendo.
Você não podia ter demorado mais tempo pra chegar? Ela disse.
Não, eu estava pensando em aparecer antes.
Tem como me dar um tempo maior?
Desculpa, mas eu ainda tenho muitas visitas pra fazer hoje.
Mas, é que eu estava me preparando pra dormir.
Eu sei, você está sozinha agora, esse é meu horário preferido, antes de você sonhar.
Vai embora por favor, o quê foi que eu fiz?
Você diz não quando quer dizer sim e sim quando quer dizer não.
E por isso você veio?
Eu já estava te espiando.
Você vai ficar?
Já estou, agora dorme, sossega e sonha.

Foi assim que fomos apresentados, o Ciúmes e eu.

R!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Aquele do que vem depois

Porque o que vem depois não me interessa ...

É agora
Confusão de sentidos
Brincando com palavras
Perdendo o ar
Imaginação fértil decolando
Calafrio - pausa - falta de ar - pausa - arrepio - pausa - sossêgo
Corpo carmim
Saliva que engasga
Sem promessas
Sem perguntas
Troca imediata
Felicidade agora, basta
Talvez eu tema o que tenho

Mas o que vem depois não me interessa ...

R!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Aquele da sinceridade

Há algum tempo, super pouco até, estava com a cabeça nas nuvens, meio iludida, perdida um pouco com a nova condição que se apresentava... Depois chegou a bater uma certa depressão, arrependimento, misturas e confusões. Aí do nada, bem de mansinho, chega alguém que me coloca pra pensar. Que me ensina a observar mais e não falar tanto. Que me mostra que nem tudo é defeito, nem tudo tem que ser rápido ou devagar demais, nem tudo é perfeito e que isso tudo é muito bom.

Uma pessoa que admira minha sinceridade e não se esconde atrás de joguinhos ou que fala, mas não diz... Horas de conversas, troca de idéias, histórias, declarações... Nunca esperei que ser tão sincero com alguém fosse ser tão bom e saudável!

Se isso vai dar em alguma coisa? Sinceramente e pela primeira vez não estou nem um pouco preocupada com isso... Só sei que a vontade de estar perto cresce a cada dia. Assim como as afinidades, desejos, trocas... Confusa? Um pouco ainda. Afinal surgem comparações, dúvidas, medo. Inevitável talvez... Mas uma questão de escolha, dar foco pra isso ou não.

No começo tudo é bom! Tá eu sei... Mas se já começa sendo dito o que pode ser, acontecer ou o que é errado, tem grande chance de não azedar depois. A questão maior é manter a tranqüilidade, a calma, viver um dia de cada vez, respeitando o sentimento que vem de dentro e brota na ponta dos dedos em forma de carinho, abraço, cuidado, atenção... Sem ansiedade, sem desespero, sem “necessidade”. Simples vontade, desejo, bem estar...........

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Aquele do talvez

Algum tempo atrás, quando eu concordei com ele, que o que realmente importa é aquilo de que se gosta e não o que se é. Ele ficou feliz e sorriu.
Não era bobagem e compreendi algum tempo na frente.

Para evitar saídas constrangedoras, deveria-se ao menos, conhecer alguns pontos básicos do lado oposto, poderia ser feito um questionário, ou quem sabe, um teste tipo múltipla escolha ou uma dessas dissertativas, ou algo que o valha, que apresente resultado.

Evitaria ( talvez ) que você acordasse no outro dia na cama de alguém que aprecie ( essa palavra pode ser usada aqui nessa frase? ) música baiana e tem a coleção completa em dvd das últimas micaretas do ano.

Perguntas básicas como: música, livros, cinema, bebida, família, religião.
Respostas básicas como: o que se entende por boa música, o que se leu nos últimos meses, o que se gosta da sétima arte, o que se bebe, o que se pensa sobre esse laço, o que se reza.

Afinidade é fundamental.
Intimidade é fundamental.
Amor é opcional.

Não, eu não sou fria, de maneira alguma. Eu acredito no amor. Mas, continuo achando que o que existe de mais real nessa vida é o prazer, que se dá e se recebe, calmo e doce ao mesmo tempo, sem inquietação. O prazer não conhece o ciúmes.

Ando experimentando coisas das quais não conhecia, das quais não me sabia capaz, me permitindo, me respeitando, me libertando, me descobrindo...
Talvez ele leia isso, talvez ele toque no assunto, talvez ache que não tenha relação com ele, talvez ele nem saiba da sua importância, talvez ele não deixe de me ensinar nunca, talvez ele pare dia desses, talvez ele se enjoe, talvez ele se vicie, talvez ele mude, talvez ele tenha medo, talvez ele fique a noite toda, talvez ele sinta fome depois, talvez ele sorria, talvez ele nem pense, talvez ele se importe, talvez não, talvez ele se preocupe, talvez ele aproveite.

Talvez eu me esvazie, talvez eu me inflame!

R!