segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Aquele de não ser um diário

Não, definitivamente isso não é um diário!
São sensações, invensões, bobeiras, falta do que fazer, falta de coragem em dizer, vontade de escrever, desabafo, imaginação, tudo isso misturado. Mas, não, isso não é um diário! Mesmo, que eu tenha escrito a duas frases antes dessa, algumas palavrinhas que dêem a entender que isso que escrevo, possa parecer minha vida pessoal.
Mas, não, eu repito: isso não é um diário! Se fosse, eu falaria de tantas mil confusões que eu vivo, tantos mil amores que tive, tantas mil dores que sofri, tantas mil risadas que eu dou. Não, isso, definitivamente, não, não é um diário mesmo!
Mesmo porque, minha vida não tem nada de interessante, eu sou uma pessoa tão normal.
Venho de uma família tradicional, meu pais são casados e felizes a mais de trinta anos. E graças a eles, sempre tive educação de primeira, o que me permitiu entrar tarde no mercado de trabalho, para ter tempo exclusivo para me dedicar aos estudos e por consequência, pude me formar na melhor universidade pública brasileira e logo após, continuar com uma pós graduação no mesmo estabelecimento de ensino. E por conta de tantos excelentes diplomas, tenho um emprego super estável numa grande multinacional. Não tenho do que reclamar, não tenho porque escrever sobre minha vida. Nasci com os olhos verdes do meu pai, os cabelos lisos e escorridos de minha mãe e o corpo atlético de vovô. Tudo foi sempre muito fácil para mim. Ao completar os meus dezoito anos, ganhei um carro zero de presente, por bom comportamento. Sou noiva e pretendo me casar ainda esse ano, ele é tudo que sonhei, honesto, romântico, bem humorado, simpático, inteligente, responsável, com um emprego maravilhoso, o genro que minha mãe sempre pediu a Deus. E minha vida segue, como deveria ser ... totalmente normal e previsível. Sou muito feliz, não poderia ser diferente, ou poderia?
Então, isso, não é um diário!
Leia e sinta-se à vontade, pois não existe invasão de privacidade aqui, não com o que eu escrevo ...

R!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Aquela que encontrei no maraca


Justamente quando ele não pode andar eu a encontro no maracanã. Estava longe... mas perto. uns 10 metros de distância, só que embaixo. Não pude ver se era alta ou baixa. Só sei que as maçãs do rosto são mais altas do que o normal e que o nariz tem 5 Km. Parece uma caricatura. O cabelo é de boa qualidade, mas é ralo e tem um corte feio, daqueles que fazem um "V" na ponta. Urgh!

O corpo parecia ser melhor que o meu, mas ela estava de calça jeans e de camisa do flamengo, portando pode ser só impressão.

Ela não me reconheceu, pelo menos eu acho. Depois que saí do orkut ela não tem mais como fuxicar a minha vida. E depois disso cortei e pintei o cabelo.

Que sensação estranha. Por um momento fiquei insegura, queria muito que ele estivesse ao meu lado, coisas de mulher..... só para ela ver, para ela perceber que ele é meu. Hahahaha, mesmo sem saber e ela se importa com isso! Mas eu me importo, sei que não devia, mas queria ter o gostinho de passar com ele perto dela.

Depois desse episódio, fiquei com uma vontade louca de voltar a ter poder. Amanhã vou ao salão fazer luzes!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Aquele do fogo que ainda arde mais não queima

Se as coisas não tem ordem, o avesso não existe.
Quando sentei na frente dele, a absoluta chegou com o nome de certeza.
Tudo que aconteceria depois era de se esperar, mas não se esperou, aconteceu.
E aos tropeços, ela já estava longe e embolada.
Queria começar tudo de novo.
Os beijos não existem mais.
Mas, o corpo continua queimando.
Agora dormem como irmãos, conversam como melhores amigos.
Ela acredita em todas as histórias que ele conta.
O cabelo dele cheira a casinha ...

R!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Aquele do prazo de validade

Iogurte, queijo, tomate, leite, alface, tem prazo de validade, constatou Maria.
Como eu, você e aquela ali de azul, pensou ... aquele outro de chapéu, minha avó, até o presidente tem, aquela de biquini, aquele que me beija, o que acabou de nascer, aquele que manda, aquela que obedece, o que dorme, aquele que não sonha mais, aquele outro que corre, o outro lá que paga por tudo, a Dona Laura, o homem do gás, o vendedor de frutas, a menina de rabo de cavalo, os bichinhos, aquele que cria, aquela que berra, aquela no palco, ele que tá parado, todos tem prazo de validade ...
Que ninguém se engane pensando que o que os espera, haverá de durar mais do que o que se viu ou do que ainda se verá.
Um, dois, três e já ... Foi dada a largada na corrida do preenchimento: contas à pagar, escolinha disso e daquilo outro, casaco, câmera digital, roupa de marca, geladeira, bola, carro que leva, carro que impressiona, carro caro, carro que vôa, pílula pra emagrecer, pílula pra dormir, pílula pra esquecer, pílula pra abortar, pílula pra viajar, diploma pra gastar, diploma pra parede, diploma para os pais, diploma pra acontecer ...
O quê te faz vivo? O quê preenchemos? Ou tudo aquilo outro, que transborda pelas beiradas?

R!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Aquele da sinceridade ímpar


Clara que não é crocodilo, se é que você me entende. Gosta de João, que gosta de Maria, que gosta de Pedro, que gosta de João e esse ( que nessa história não morreu ), atrapalha e confunde a vida de Clara.
Clara, que nessa fase não se identifica com o próprio nome, pois nada para ela está claro, clareando ou clareará tão cedo ... e cedo também deveria ser claro e nesse caso de Clara não está nada claro.
Clara não fala claro.
Clara tem um tipo de sinceridade ímpar. Dela, tudo que sái, sobre ela e somente dela e tantos delas quanto forem necessários pra autenticar o que ela fala, são a mais pura verdade.
Mas, do que dela sái para um outro especificamente, de nome João, nada é claro, para esse sujeito, nada que sái dela é claro e claro, que deveria ser, já que é pra ele e somente por ele, que Clara está vivendo no escuro, se é que você me entende.
Mas, João gosta de Maria, de Maria Antônia, Maria Eduarda, Maria Rita, Maria Evangelista, Maria Pia e tantas outras Marias que por ele passarem.
Clara sofre por não ser clara.
Clara sofre por não falar pra João, que ela poderia ser tantas essas e outras Marias que existem nesse mundo.
E assim, Clara vai se divertindo ou fingindo que ... e vai tentando encontrar, em tantos outros Joãos, esse João por quem ela se apaixonou.
A sorte de Clara, é que ela é um anjo e para anjos sempre haverá um lugar no céu.

R!