Aquele com nome de anjo...

Eles se conheceram de um jeito meio estranho. Na verdade ele reparou nela, mas ela nem o viu direito... Ele a achou interessante, mas ela nem se tocou. Um dia, do nada, ela olhou para ele com outros olhos e teve vontade de se aproximar. Longas conversas uniram os dois em um laço de amizade preta, branca e verde, digamos assim. Tantas coisas foram ditas, tantas ainda querendo ser ditas... Afinidades, conselhos, paciência, risadas, ajuda, músicas, troca... Estórias, muitas estórias! Boas e ruins, engraçadas, sérias. Eles combinam, vá lá. Mas tudo que é novo instiga, é intrigante, dá curiosidade, dá vontade... As pessoas querem descobrir o novo, porque como é novo, não é conhecido, não é o de sempre. O novo... Está aí uma coisa a se filosofar. Por que quase tudo que é novo é bom? No caso dos dois o novo é tudo que o velho não é.

A afinidade deles fez crescer alguma coisa louca dentro de cada um. E essa coisa louca se multiplicou e outras coisas estranhas aconteceram. Coisas que ela nunca tinha feito! No mínimo diferente, pode-se definir o que houve entre eles. Porque por mais oposta que seja a situação individual de cada um, algo muito diferente houve entre eles.

Ela diz que ele tem nome de anjo... Que foi o anjo que apareceu em sua vida para ajudá-la a mudar as coisas que estão erradas e ruins. Ele se acha bandido... Bandido do tipo que galanteia as meninas... Do tipo que não quer nada sério... Do tipo que curte com os outros bandidos e não se deixam envolver. Ou não... Mas como diz o grande filósofo Bob, aquele Marley sabe? Bom, ele diz mais ou menos assim “covarde é o homem que desperta interesse numa mulher sem a intenção de amá-la”... Covardia será? Chamo de leviandade talvez... E por falar em talvez, pode ser que ele esteja com medo... E ela esteja confusa... Talvez não dê em nada essa “coisa louca estranha e diferente” que surgiu entre eles... Talvez um pense completamente o contrário do que o outro acha... Vá saber... Será que anjos bandidos têm o hábito de roubar horas do pensamento de mulheres loucas? Porque ela se acha meio louca às vezes. Perto dele então, ela acha que faz loucuras que nunca fez e nunca faria. A loucura pode ser falta de prática também, de tato, de maturidade... Afinal ela foi tolhida e perdeu sua identidade por alguns anos...

O tempo... O tempo é o maior aliado e pior inimigo. Só o tempo e a paciência, que ela não tem, pra dizer o que vai ser deles. Pode ser que cada um siga seu caminho. Pode ser que eles cultivem mais uma estória pra contar. Pode também não ser nada. Mas só o que já foi valeu.................